O combate à Oncocercose na Amazônia: avanços, obstáculos e perspectivas futuras

O recente estudo publicado em julho de 2024 aborda a evolução dos trabalhos de controle e eliminação dos focos endêmicos da oncocercose na Amazônia brasileira, destacando as estratégias feitas, desafios e novas estratégias de atuação. As ações de controle da doença no Brasil tomam como base indicadores da OMS e o Programa de Eliminação da Oncocercose nas Américas.

Nesse contexto, o principal objetivo é eliminar as infecções cutâneas e oculares pela interrupção da transmissão com a estratégia de administração de medicamentos em massa com ivermectina.

As regiões endêmicas no Brasil são de terras Yanomamis próximas à fronteira com a Venezuela, o que evidencia o primeiro obstáculo.

Uma vez que a área endêmica engloba outro país, é necessário que haja investimento e trabalho de outro governo. Outros obstáculos são relativos ao acesso às comunidades, onde muitas vezes são necessários helicópteros ou barcos. Além disso, ainda existem os garimpos ilegais, que por meio de impactos ambientais e invasões violentas, colocam em risco as comunidades indígenas e os trabalhadores da saúde.

São mais de 200 comunidades atendidas pelos chamados de polos bases de atendimento, 21 no total, com funcionários do Ministério da Saúde integrando o Programa Brasileiro de Eliminação da Oncocercose. Os trabalhos iniciaram-se em 1993, objetivando manter 85% das populações com a cobertura de aplicação dos medicamentos, que são aplicados ao menos 2 vezes ao ano, semestralmente. Atualmente as comunidades estão classificadas pela endemicidade com evidência às populações em alto risco.

Desde as primeiras administrações, a prevalência da doença vem caindo, mostrado a eficiência da ivermectina para a futura eliminação da doença. Por esse motivo, para aceleração, entre 2011 e 2017 foram aplicadas 4 rodadas de medicamentos. Entre 2029 e 2021, devido à pandemia de COVID-19 e em 2022 por problemas com a importação da ivermectina, a cobertura de tratamento da população caiu.

Os planos a partir de 2022 incluem novas estratégias. Os objetivos são de parar com as rodadas de medicamentos em 2025 e em 2030 realizar a verificação da OMS de eliminação da doença. Para tal, primeiramente, além dos polos bases, também serão feitos bancos de dados em cada comunidade, permitindo uma análise mais criteriosa dos grupos em situação crítica.

Além disso, também se entende a necessidade de categorizar as populações pelas variáveis logísticas para mobilizar de maneira mais eficiente os recursos humanos e materiais necessários. Por fim, testes sorológicos mais específicos, estudos entomológicos dos vetores se somam às estratégias mais recentes juntamente com a importância da preservação da floresta e população nativa. Dessa forma, o programa brasileiro prevê a possibilidade de se juntar a outros países da das Américas na eliminação da oncocercose até 2023, garantindo também equidade de saúde pública aos Yanomami.

Leia o artigo em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38981465/

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