Durante três dias, a Fiocruz destacou sua diversidade de projetos e iniciativas, promovendo interações dinâmicas e inclusivas com a comunidade através da sua participação na 8ª edição da Feira do Conhecimento (FDC), realizada entre os dias 21 e 23 de novembro de 2024, no Centro de Eventos do Ceará. O evento, promovido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará (Secitece), reuniu instituições, pesquisadores, estudantes e o público geral em uma programação gratuita, repleta de atividades voltadas para a popularização da ciência, inovação e tecnologia.
Carla Celedonio, coordenadora geral da Fiocruz Ceará e pesquisadora do INCT-NIM, destacou a relevância da participação da Fundação no evento. “A Feira do Conhecimento representa um espaço participativo e criativo para a interação com a sociedade e a disseminação da ciência. Esta Feira se firmou como uma oportunidade singular para apresentar tecnologias, tanto tradicionais quanto de ponta, desenvolvidas em nosso estado. Ela inspira a curiosidade e atrai novas mentes para refletir e propor soluções para os desafios sociais em diversas áreas do conhecimento. Agradecemos e parabenizamos todos os envolvidos nesta iniciativa, com especial reconhecimento aos que apresentaram os trabalhos desenvolvidos por nossa instituição, destacando as contribuições da Fiocruz Ceará e do Centro Pasteur Fiocruz de Imunologia e Imunoterapia, além do esforço dedicado à organização do evento”, frisou.
O estande da Fiocruz Ceará foi um dos pontos de destaque do evento, ocupando 40 metros quadrados e apresentando uma organização que refletia as diversas áreas de atuação da instituição. “Equipado com totens interativos, o espaço permitiu que os visitantes conhecessem os principais projetos desenvolvidos pela Fiocruz, incluindo iniciativas de produção de vacinas, ações de pesquisa e projetos educacionais. Além disso, atividades práticas e jogos educativos foram planejados para tornar o aprendizado mais acessível e interativo, oferecendo uma experiência envolvente para visitantes de todas as idades”, explica Beatriz Ayres, coordenadora executiva do Centro de Imunologia e Imunoterapia Pasteur Fiocruz.
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neuroimunomodulação (INCT-NIM) também levou ciência e conhecimento para os participantes através do “Dobble Científico“, um jogo que desafiou os participantes a identificar elementos como células imunológicas e componentes do sistema nervoso, utilizando cartas com símbolos representativos e materiais didáticos para facilitar a compreensão. Além disso, também apresentou um quiz chamado de “Estranho no NIM”, que estimulou o pensamento crítico ao abordar temas como fake news, infecções sexualmente transmissíveis e os próprios projetos do Instituto. Por meio dessas dinâmicas, o público teve a oportunidade de se aproximar do universo científico de maneira descontraída.
Outro jogo que ganhou destaque foi o DiverSUS, desenvolvido para promover reflexões sobre diversidade e saúde mental. Disponível em formatos físico e digital, o DiverSUS abordou temas como racismo, capacitismo, LGBTQIAPN+fobias e intolerância religiosa. “O jogo foi projetado para estimular diálogos inclusivos e contou com a participação de adolescentes e jovens que ajudaram a desenvolver as narrativas e imagens utilizadas na atividade. O objetivo do DiverSUS é superar desigualdades e desconstruir padrões sociais, contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva”, afirmou Luciana Alleluia, pesquisadora da Fiocruz Ceará.
A Fiocruz também apresentou atividades práticas voltadas à saúde, como testes de bioimpedância, que incluíam medição e pesagem para avaliação da composição corporal. Além disso, jogos relacionados à alimentação saudável foram utilizados para conscientizar os visitantes sobre a importância de hábitos nutricionais equilibrados, como ressalta Adriana Bacelo, chefe de gabinete da Fiocruz Ceará. “O jogo de tabuleiro ‘Mitos e Verdades’ foi desenvolvido como uma estratégia de educação alimentar e nutricional no âmbito do programa Bem Viver da Fiocruz Ceará. A iniciativa busca promover saúde e bem-estar, integrando estratégias presenciais e remotas de educação em saúde para fomentar um ambiente institucional mais saudável e harmônico. Todas as ações estão sendo elaboradas por pesquisadores e alunos das áreas de Saúde Digital da Fiocruz Ceará e de Nutrição da UNIFOR e UECE”.
A 8ª edição da FDC contou ainda com a presença da coordenadora de comunicação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Raquel Aguiar; do coordenador do Grupo Temático de Comunicação e Saúde da ABRASCO, Adriano de Lavor; e do coordenador de pesquisa do InternetLAB, André Huang; que dividiram o palco POPTEC para debater sobre Inteligência Artificial e Desigualdade: apontamentos para um mundo em transformação.
Projetos voltados para inclusão e equidade também foram amplamente divulgados no evento. O programa Mulheres e Meninas na Ciência teve um papel central, incentivando a participação feminina na ciência e destacando o impacto das mulheres no campo da pesquisa. A pesquisadora da Fiocruz Ceará, Luciana Lindenmeyer, uma das responsáveis pelas iniciativas, ressaltou a importância dessa abordagem: “Estamos trazendo nosso trabalho para dialogar com adolescentes e jovens. O PROVOC, por exemplo, estimula estudantes do ensino médio a explorarem o campo da ciência antes de escolherem suas carreiras. Além disso, temos ações específicas para garantir a chegada de meninas periféricas ao campo científico, ampliando suas possibilidades. No estande, levamos jogos desenvolvidos por diversas unidades e educadores, ligados à equidade de gênero e raça, como No rastro de Merit, o Siará e o Trajetórias Negras. Foram distribuídos também materiais produzidos no projeto da atenção primária à saúde com protagonismo das pessoas com deficiência, como cartilhas e cordéis. Esses materiais não só dialogam com o público, mas também incentivam o uso em escolas e comunidades para ampliar a conscientização sobre essas temáticas. Foi uma oportunidade incrível de interação com os visitantes e de promover esses projetos que já têm impacto significativo em nosso trabalho”, acrescentou.
No último dia da FDC, no estande da Fiocruz, aconteceu a finalização das atividades de 2024 do Mulheres e Meninas na Ciência, que trouxe um momento especial com o encontro de egressas do projeto, reunindo participantes de edições anteriores que hoje estão na universidade cursando, inclusive, áreas predominantemente masculinas. Elas compartilharam suas experiências inspiradoras, mostrando que é possível superar barreiras de gênero e alcançar seus objetivos. As novas participantes tiveram a oportunidade de ouvir essas histórias e se inspirarem.
Na ocasião, uma oficina de dança africana, conectando ciência, arte e cultura mostrou que a ciência não ocorre apenas no laboratório, mas também nas artes e também na forma como cada pessoa se expressa.